O caso que ganhou repercussão nacional após um vídeo mostrar o padre Luciano Braga Simplício (foto em destaque), de 39 anos, na casa paroquial de Nova Maringá (MT) ao lado de uma jovem de 21 anos, teve um novo desdobramento nesta semana.
Fontes da Polícia Civil de Mato Grosso apontaram o pai do noivo da jovem como principal suspeito de liderar a invasão ao local e de gravar o vídeo que se espalhou pelas redes sociais, expondo a vítima e o sacerdote.
A operação deflagrada na quinta-feira (16/10) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Nova Maringá e São José do Rio Claro, com o objetivo de apreender celulares e mídias digitais que possam conter cópias ou registros da invasão.
Além do ex-sogro da jovem, também são investigados dois amigos do casal e a mulher de um deles, que teriam participado diretamente do episódio.
Segundo o delegado Franklin Alves, responsável pelo caso, os suspeitos podem responder por constrangimento ilegal qualificado, invasão de domicílio e exposição de intimidade, além de dano psicológico à jovem.
“O objetivo é individualizar as condutas e compreender o papel de cada envolvido. Mesmo que tenham agido juntos, há diferenças nas participações. Essa mulher, por exemplo, foi quem tentou impedir que o grupo prosseguisse”, explicou o delegado à reportagem.
Os celulares apreendidos foram encaminhados para perícia técnica, que vai analisar conversas, vídeos e dados apagados dos dispositivos. De acordo com Alves, o material será fundamental para rastrear quem gravou, quem compartilhou e quem disseminou o vídeo nas redes sociais.
Memória
A investigação teve início logo após a divulgação do vídeo, que mostrava o padre vestindo apenas um short e a jovem, de baby-doll, chorando e tentando se esconder embaixo da pia do banheiro. As imagens foram registradas durante a madrugada, quando o grupo invadiu a casa paroquial.
No vídeo, o pai do noivo grita: “Abre a porta! Abre a porta ou a gente derruba!”
A invasão aconteceu no sábado (11/10), mas o conteúdo começou a circular dias depois, causando enorme repercussão em Nova Maringá, município de pouco mais de 5,8 mil habitantes, e entre fiéis de toda a região.
Após o vazamento, a jovem registrou boletim de ocorrência denunciando a divulgação indevida das imagens. A família relatou que ela ficou em estado de choque após o episódio e que tem recebido apoio psicológico.
O padre Luciano Braga Simplício, afastado de suas funções pela Diocese de Diamantino, negou qualquer envolvimento amoroso com a jovem.
“Ela queria trocar de roupa naquele quarto lá fora. Eu falei que tudo bem. Depois pediu pra tomar banho, e eu autorizei. Quando eu estava no banho, ouvi ela gritar ‘tem gente, tem gente!’”, disse o sacerdote em áudio enviado a fiéis.
A Diocese confirmou que abriu uma investigação canônica para apurar a conduta do religioso e destacou que o caso está sob sigilo e análise interna.
A Igreja Católica trata como grave qualquer violação do voto de celibato, o que pode resultar na suspensão ou no afastamento definitivo das funções sacerdotais.(Do Metrópoles)