
DESATINO
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Santos Peres
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Todo dia eu me pergunto
daquelas ruas não pisadas;
do vento que deixei ventar
por entre folhagens rasas
em meus dedos, inventadas
E me pergunto pelo menino
que se perdeu nas travessuras
de tantas vidas escondidas
no sem-fim daquelas curvas
Todo dia eu me pego
saltando da minha sombra
para o vazio oco da alma;
lá onde mora o desatino
e o destino de estar.