
Promotores do Ministério Público de São Paulo suspeitam que a Operação Carbono Oculto tenha vazado para seus alvos. Dois detalhes levam a Promotoria a suspeitar que informações sobre o cerco à fabulosa rede de 300 postos de combustíveis controlada pelo PCC chegaram a investigados antes da deflagração da megaoperação nesta quinta, 28.
O primeiro ponto destacado pelos agentes: computadores e outras provas estavam escondidas em um prédio da rua Conselheiro Saraiva, no bairro de Santana, zona norte da cidade de São Paulo.
Entre os detidos está uma mulher de 27 anos, presa em Eldorado do Sul, responsável pelo monitoramento dos clientes.
Segundo ponto: investigados abandonaram suas casas ainda de madrugada, antes de a polícia chegar.
Os computadores estavam ocultos em um outro andar do prédio. A suspeita dos promotores que integram a força-tarefa é que os acusados tenham tentado destruir provas para obstruir a investigação.
Os promotores, no entanto, acreditam que o vazamento não atingiu os endereços mais importantes para a investigação. Entre eles estão os endereços do BK Bank, uma instituição de pagamentos que, segundo a Receita Federal, se comportava como o ‘banco do PCC’. O Setor de Fraudes Estruturadas da Receita estima que 80% de tudo o que o BK Bank movimentou pertencia a uma organização criminosa ligada ao PCC.
Ao todo, só em São Paulo, foram mobilizados 700 policiais estaduais. “Eles cumpriram 156 mandados. Os policiais não sabiam o que era a operação e onde iam atuar”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.(Do Estado de SP/Fausto Macedo)