• Animus narrandi

    914 Jornal A Bigorna 24/05/2018 15:52:00

    Um dos escritores mais brilhantes de nossa época, Philip Roth faleceu na terça-feira aos 85 anos, seis anos depois de ter anunciado a aposentadoria e sem ter vencido o Nobel.

    Depois de mais de meio século de uma carreira que o tornou famoso em todo o mundo, em 2012 o autor anunciou que não tinha “mais nada para escrever” e que não tinha energia para administrar a frustração que acompanha a criação literária.

    O escritor declarou uma vez que era uma frustração de escrever. E escrever é realmente frustrar-se. Não sei bem o porquê, mas sei que ele existe, com significado e êxito sem êxito para quem escreve e maravilhas àqueles que amam a literatura.

    Recentemente perdemos Carlos Heitor Cony, um gênio da literatura brasileira. Já quem ama ler e ainda não esteve ‘frente a frente’ com Philip Roth, com certeza, se tomar a decisão de lê-lo, terá inumeráveis surpresas, porque ele foi extremamente fantástico.

    Num País onde um presidente pusilânime e medíocre consegue parar o próprio País por causa da alta do preço dos combustíveis, nada mal, entretermo-nos com um pouco de leitura e cultura e, além de tudo, sabermos definir notícias de falsas-notícias. O brasileiro precisa se levantar e deixar de ser ‘massa alienada’ e manipulada por quem está no poder.

    Nosso País é um tanto quanto medíocre em todos os aspectos, seja ele na educação, saúde ou respeito recíproco. Somos um local que ainda beira o lodo. Destarte termos muita informação, somos ainda tão mal-informados que não sabemos que não sabemos. É a vida terrena. Ambígua e limitada. Num mundo onde o ‘deus’ se chama dinheiro, não restam dúvidas de nossa mediocridade.

    Em nossa sociedade pós-moderna o ser humano evoluiu tanto em tecnologia, mas continuou sendo o mesmo ser egocêntrico. O homem precisa ser dono de sua história, sua vida seus entes, e semelhantes, num animus narrandi – vendo e entendendo – para poder desbloquear sua mente de tudo aquilo que turva os olhos da sociedade.

    Vivemos percorrendo uma estrada com um fim – a morte. A leitura nos enriquece, fortalece e nos dá a sobriedade a cada dia que estamos aqui.

    Chatô é escritor

     

     

     

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