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    Após mutilar nariz, orelhas e dentes, “Caveira” do interior de SP queima pele do rosto

    1078 Jornal A Bigorna 07/05/2023 06:20:00

    Depois de mutilar o nariz, orelhas e dentes, o morador de Tatuí, no interior de São Paulo, que já ganhou o título de homem mais tatuado do Brasil em 2014, surpreendeu ao fazer outra modificação corporal extrema. Com um ferro de soldar e sem anestesia, o recordista queimou parte do rosto para formar o desenho de um arranhão.

    "Foi bem louco! Passei a fazer essas modificações porque não tenho mais espaço no corpo pras tatuagens e os implantes não param na minha cabeça. Vi a técnica e estudei a anatomia do rosto pra fazer o 'bagulho' no meu estúdio. Eu mesmo fiz! Olha, sou resistente pra dor, mas doeu demais. Não é qualquer um que aguenta", contou Fernando, que é dono de um estúdio de tatuagem em Tatuí.

    O tatuador explicou que a técnica é denominada escarificação e consiste em queimar parte da epiderme para formar desenhos. No caso dele, o processo foi ainda mais invasivo, já que atingiu o tecido celular subcutâneo - a terceira camada da pele.

    Apesar da gravidade, o tatuador revelou que tudo ocorreu conforme o planejado e que pretende realizar o procedimento em outras partes do corpo.

    "A dor é extrema. Tem que ser bem doido pra fazer um negócio assim. Fora isso, foi tranquilo! Tô usando anti-inflamatório e, dessa vez, não fui parar no hospital. Estou satisfeito com o resultado. Ficou daora! É ainda mais legal ver a reação das pessoas", comentou Fernando.

    "Tem gente que se assusta, admira, fica curioso e também as 'tiazinhas' que falam: 'Sai pra lá Satanás'. Eu não ligo para as críticas e até gosto das reações", revelou o "Caveira".

    Para o tatuador, que se declara como budista, as tatuagens e modificações corporais são apenas expressões artísticas e não têm relação com crenças e religiões. Ele ressalta que, apesar dos julgamentos, não bebe, não fuma ou usa drogas.

    Nariz de caveira, língua bifurcada e dentes de vampiro

    Além da escarificação, o "Caveira" tem as orelhas cortadas como a de um orc, criatura de contos de fantasia medieval.

    “Eu tenho língua bifurcada, orelha de ‘orc’, dentes de vampiro e implantes de chifres na cabeça. E agora a última que eu fiz, para assustar de vez, foi o nariz. Mutilei para ficar com cara de caveira, com um cara que faz modificação corporal”, contou Fernando ao g1, quando cortou o nariz.

    Homem mais tatuado do Brasil

    A primeira tatuagem do “Caveira” foi feita aos 14 anos: um tribal na perna, que já foi coberto com novos desenhos. Em 2014, Fernando já tinha o corpo completamente tatuado e ganhou o título de "homem mais tatuado do Brasil", no RankBrasil.

    “Até hoje o título é meu. Mais tatuado que eu só se a pessoa começar a tatuar por dentro, no fígado e tudo mais", afirmou o Fernando, que tem 99% do corpo tatuado, com exceção das solas dos pés.

    “Tenho tudo tatuado, só falta a palma das mãos e a sola dos pés. Eu paguei pelas minhas tatuagens, mas se eu 'encano' com algum desenho, eu mesmo retoco. Eu gosto muito da dor da agulha, eu sou viciado, aí de vez em quando sinto a necessidade de retocar porque não tenho mais espaço no corpo”, completou.

    Família e profissão

    Apesar da aparência “incomum”, Fernando leva uma vida normal no interior de São Paulo. Ele é casado há 27 anos e a mulher não tem nenhuma tatuagem. O casal não tem filhos.

    “Ela me respeita e eu respeito ela. Ela não gosta dessas coisas de reportagem, diferente de mim. Eu não posso ver uma câmera que pulo na frente”, disse.

    Antes de ser tatuador, o morador de Tatuí trabalhava como soldador, mas sofreu um acidente de trabalho e se aposentou. Desde então, ele passou a trabalhar como tatuador e montou o estúdio.

    "Antes das tatuagens, eu era um alcóolatra. Foi durante o período de reabilitação que encontrem nelas uma válvula de escape. Me fascinou. Sou um apaixonado pelas agulhas".

     

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