
DA JANELA
Da janela
Não ouves a música
Nem vês o reflexo
Do brilho das luzes.
Da janela
Não notas as flores
Nem bebes da água
Jorrando na fonte.
Da janela
Não percebes as cores
Nem as atitudes
E do belo te escondes.
Da janela
Não vês os quintais
Que se oferecem
Por detrás dos muros.
Da janela
És sombra, espectro
E sem consciência
Balanças sonâmbulo.
Da janela
Só sentes a tormenta
Forjando os abismos
Da tua ausência.
-----------------------
Maurício de Barros
------------------------