Nova obra lançada pelo Editora Filos narra as pesquisas de Luan Pascoal e deixa os leitores intrigados.
“Já fabriquei diversas engrenagens, na maioria das vezes no CNC com o divisor deitado e não com a placa a 90 graus como de costume na maioria das máquinas, com a ferramenta imóvel, alinhada com o centro da peça, fazendo apenas os movimentos do eixo Z, utilizando o disco do divisor adequado, é claro. Quando é o caso de não ter disco, o jeito é usinar um disco no torno, fazer o cálculo da furação que deveria ter no disco para fazer a engrenagem e fazer um programa no CNC, fazer essas furações, para depois então utilizar o disco no divisor para fazer a engrenagem, usando a seguinte fórmula: Vm=C/N, sendo Vm o número de voltas na manivela, C, o número de dentes da coroa do divisor e N, o número de divisões desejadas para fazer a engrenagem.
Quando se trabalha há 15 anos no ramo de usinagem é impossível não identificar algo artificial em um ambiente em que não corresponde tal peça. Sendo Fresador por todos esses anos, e amante da natureza, as vezes me deparo com objetos ou construções artificiais em ambientes naturais enquanto estou fazendo minhas trilhas. Mas desta vez não vou falar sobre algo que achei e sim sobre uma matéria que acompanhei sobre um artefato que apesar de antigo é bem complexo.
Datada com mais de 2000 anos, possuindo 27 engrenagens de bronze, em um conjunto no total de 82 peças todas corroídas no fundo do mar, a Máquina Anticítera até hoje é considerada um enigma, não pela forma como funciona, mas sim pela época em que foi feita.
A máquina precisou passar por um Raio X, pois como o objeto estava muito deteriorado, poderia se partir ao tentar desmontá-lo.
Primeiramente estudado por Derek John de Solla Price, descobriu-se que a engrenagem de 127 dentes correspondia a rotação da Lua. Mas outra que girava em conjunto, de 235 dentes ainda não se sabia para que servia. Na parte de trás havia uma roda quebrada e desgastada, que estavam em dúvida se teria 222 ou 223 dentes. Na frente a menor engrenagem que até então, também não se sabia quantos dentes possuía. Depois de alguns anos descobriu-se que a engrenagem de 235 dentes servia para mostrar as fases da lua. A seguinte mostrava a órbita de Vênus, a seguinte, de Mercúrio, a próxima, do Sol, a outra, de Marte, outra, de Júpiter e a última da sequência a rotação de Saturno. Com essas rotações era possível prever os eclipses, tanto da Lua e do Sol, quanto dos planetas. O artefato também era usado como um calendário para o plantio e colheita.
Pelo diâmetro do disco de trás, com 140, e os dentes corroídos, presumiu-se que ele possuía na verdade 223 dentes, que representava 19 anos solares, 235 meses lunares e 254 órbitas da Terra que dividindo por 2 da 127 que é o número de dentes que mostra a rotação da Lua.
Na menor engrenagem desgastada, com apenas em uma parte podendo-se perceber 9 micro dentes, pegando essa distância dos dentes 6 vezes na circunferência da engrenagem, descobriu-se que ela tinha na verdade 53 dentes. E uma outra parte do conjunto com discos de 29.5 de diâmetro, somando-se os dentes, dá 354 que correspondem aos 12 meses, pois 12 × 29.5 = 354.
Mas como seria fabricar a Máquina Anticítera hoje? Também trabalho na Fresa convencional e na Fresa Geradora de Engrenagens, onde as engrenagens são feitas com módulos, que também necessitam de um cálculo para saber qual se deve usar.
Essa fórmula é: De = m ( z+2 ), só que se pegarmos por exemplo a engrenagem de 223 dentes da Máquina Anticítera, utilizando esse mesmo cálculo para saber qual módulo usar, se segue dessa forma... m = De/( z + 2 ), que dá m = 140/223 + 2, que dá m = 0,6222..., ou seja, não tem módulo para isso, o que se aproximaria seria o DP41 que equivale a 145,58, e não 140 que é o diâmetro dessa engrenagem. Tirando isso, não tendo disco e nem modulo, só atravéz de Eletroerosão. Só que ainda tem um porém referente as três máquinas. A espessura das engrenagens variam de 1 mm, 1.5 e 2 mm, o que as partiria ao meio durante a execução.
Então como é que fizeram a Máquina Antiquitera séculos atrás a.C, se a primeira máquina Fresadora só foi construída em 1818 por Eli Whitney?
Mais tarde concluiu-se que a parte da frente da Máquina Anticítera encontrada no mar da Grécia em 1901, era na verdade o mapa do Cosmos em Anéis referentes aos planetas, a Lua e o Sol, com a Terra no Centro.
Fiz várias citações da Máquina Anticítera e sobre a usinagem, e outros artefatos ainda não solucionados no seu processo de fabricação, no meu novo livro- Eram os Anjos falsos deuses?