De repente tudo parou...
Os passos, os pés, as pernas e o primeiro tropeço.
No peito um aperto daqueles de pranto pedindo amparo, sabe?
Não compreendia, não percebia, porém, naquele dia, cai.
Era o meu próprio poço particular me paralisando o corpo.
Os pensamentos pairando, aprisionados tipos passarinhos sem poder voar.
Mas por que? Por que eu? Por que não posso andar?
A partir dali o pesadelo se apresentou, prazer, G.Barré.
Hospitais, ortopedia, melancolia, neurologia depressão, solidão e um grito.
Perdão!
São as pedras e as pontes que cada pessoa passa.
Aos poucos o tempo também passou para mim. A esperança de que a tempestade desapareceria e que novamente pisaria firme, gerava paz, paciência, que coincidentemente é a mesma palavra que gerou o termo paciente - posição do meu presente, hoje, patológico.
Não aprendi com Shakespeare, aprendi com as páginas do desepero. Foi a fé perante ele quando estava perdida que me pois em pé. Ponto! A vida é uma poesia de primavera e o que permanece é só o perfume que deixamos no ar.
Por Ismael Tavernaro Filho