• Filhos de Bolsonaro intensificam críticas a aliados após gestos do centrão por Tarcísio candidato

    114 Jornal A Bigorna 27/08/2025 15:10:00

    Filhos de Jair Bolsonaro (PL) adotaram um tom mais radical e intensificaram críticas nos últimos dias a aliados, sem nomeá-los, após integrantes do centrão fazerem gestos públicos pela candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Para parlamentares e dirigentes de centro e direita, a reação é uma tentativa de manter no clã o espólio eleitoral do pai. Além disso, avaliam que é uma forma de manterem a relevância eleitoral deles próprios, uma vez que serão candidatos no ano que vem.

    O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atribuem a movimentação em prol de Tarcísio ao "sistema" e criticam o que veem como oportunismo às vésperas do julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), que pode condenar Bolsonaro a mais de 40 anos de cadeia.

    Bolsonaro no banco dos réus

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, tem adotado uma postura mais discreta. Publicamente, não critica movimentações de eventuais sucessores nem iniciativas de costuras políticas nesse sentido.

    A interlocutores ele disse que não vai criticar Tarcísio, que é considerado um importante quadro do grupo político. Dos filhos, o senador é o único que mora em Brasília e, por isso, tem tido maior acesso ao pai, tornando-se o seu principal porta-voz. Cabem a ele as negociações feitas por partidos.

    Aliados de Bolsonaro dizem que o comportamento dos filhos Carlos e Eduardo não reflete as intenções do pai, que estaria mais contemporizador e menos radical. Eles citam como exemplo as mensagens trocadas entre o ele e o deputado federal e divulgadas em relatório da PF (Polícia Federal) na semana passada.

    Entre entusiastas da movimentação pela pré-candidatura de Tarcísio, a expectativa é de que a oficialização aconteça após a provável condenação e possível prisão de Bolsonaro, ou seja, até novembro ou dezembro, a tempo de organizar as campanhas em âmbito nacional e regional.

    Tarcísio nega publicamente a possibilidade de se lançar ao Planalto, mas adotou discurso visto por parlamentares e dirigentes partidários como de candidato. Ao passo que estreita laços com o mercado financeiro e o agronegócio, reforça a lealdade ao ex-presidente.

    "Tarcísio já declarou, tive um jantar com ele há um ano e meio atrás. Ele falou: 'se eu for candidato, vou para o PL'. No jantar com os governadores, falou na frente de cinco governadores: 'sou candidato a governador, mas, se eu for candidato a presidente, eu vou para o PL’", disse Valdemar, após seminário em São Paulo.

    Nos bastidores, o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, são vistos como os principais entusiastas de uma eventual candidatura do governador de São Paulo ao Planalto.

    Ainda que o tema não tenha sido tratado diretamente –até porque outros candidatos da direita estavam lá, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil)–, foi formada uma espécie de frente para 2026, com a estratégia de imprimir derrotas ao presidente Lula (PT) no Congresso, mesmo que esses partidos mantenham cargos no governo.(Da Folha de SP)

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