
HOTEL EM OURO PRETO
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Santos Peres
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Cama escorada por ferros retorcidos;
cadeira de palhas trançadas (por quais dedos?),
abajur em luz-preguiça;
frutas num painel de séculos
como se a natureza pudesse ser mais morta
naquela esquecida parede de barro.
Noite de julho, fria e vazia
dobrando montanhas e curvas
nos longos caminhos de Minas...
Da janela um trem silencia despedidas
enquanto um sino ecoa e anuncia:
a Paixão é de Cristo.