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    Liturgia do André  # 26  A práxis de olhar de cima para baixo e não conseguir se ver

    316 Jornal A Bigorna 14/01/2024 20:00:00

    A sociedade contemporânea é permeada por uma dinâmica complexa, onde as elites intelectuais muitas vezes se veem em um dilema moral. A causa desse conflito interno é a aversão disfarçada que esses segmentos da sociedade nutrem pelo povo comum, frequentemente descrito de maneira pejorativa como aquele que "cheira a ônibus e trem suburbano". Esse desdém, embora não confessado abertamente, se manifesta de maneira sutil nos discursos e debates sobre a política e a sociedade.

    A elite intelectual se encontra em uma encruzilhada, incapaz de expressar abertamente seu desprezo pelo povo comum. Assim, ela se envolve em uma fachada de "discussão" sobre questões sociais, muitas vezes focando na extrema direita como uma forma de disfarçar suas verdadeiras opiniões sobre a população em geral. A incapacidade de proferir frases como "esse povo idiota e ignorante só atrapalha votando em gente horrorosa" resulta em uma busca incessante por justificativas e racionalizações que possam encapsular sua insatisfação.

    Essa dissonância entre o pensamento privado e a expressão pública cria um ciclo interminável de autossabotagem. Ao não poder confessar abertamente o desdém que sente pelo povo comum, ela se vê presa em um jogo de palavras e eufemismos, evitando confrontar a própria hipocrisia subjacente. A busca por uma legitimidade moral frente à sociedade acaba se transformando em uma corrida desesperada atrás do próprio rabo, um ciclo que perpetua a falta de autenticidade de uma sociedade corrompida por ela mesma, que na práxis não  consegue se ver, nem se entender — o vale tudo está mais forte que todos juntos.

    Essa dinâmica revela uma lacuna significativa entre a população em geral, contribuindo para a polarização e o distanciamento social — já que social são apenas as redes imbecilizadas por um ódio estúpido.

    Para construir uma sociedade mais coesa e justa, é imperativo que a própria sociedade reconheça e aborde suas próprias atitudes, promovendo um diálogo aberto e inclusivo que possa transcender as barreiras sociais e construir pontes entre diferentes estratos da sociedade.

    A CPI contra o Padre Júlio Lancellotti que o diga!

     

     

     

     

     

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