
Proteção só aos poderosos
O ex-presidente Fernando Collor foi solto e cumpre prisão domiciliar e vai cumprir a pena em um prédio de luxo, em Maceió (AL), avaliado em 9 milhões de reais; não é piada, fôssemos uma país sério, isso não aconteceria, pelo contrário, todos seriam iguais, e não uns mais iguais que os outros.
Collor é um bandido
Liberdade pra voltar pra sua mansão foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes. Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado. Entretanto, após sua prisão, a defesa apresentou laudos que comprovam que o político sofre de Doença de Parkinson, transtorno bipolar e apneia do sono.
Collor é um bandido, mas ele tem pedigree, assim, fica em casa.
Pobres apodrecem na cadeia
Essa semana uma reportagem mostrou um homem em cadeira de rodas entrando para cumprir sua pena, ele não tem o dinheiro que Collor tem, óbvio. No sistema carcerários milhões estão doentes e , muitos em fase terminal e sem os cuidados humanos necessários, — por quê? Simplesmente porque não têm dinheiro, não tem status social, é um estigma na sociedade de elite, que não se incomoda quando um canalha como Collor rouba milhões e volta pra seu prédio e vida de luxo.
Mas por que Collor foi preso?
Collor foi condenado pelo STF, em 2023, a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A maioria dos ministros considerou que ele participou de um esquema de corrupção na BR Distribuidora, que na época era subsidiária da Petrobras, investigado na Operação Lava-Jato, mas de 230 milhões de reais.
Hipócritas
A sociedade de aparências criminaliza a pobreza associando favelas à violência, enquanto brancos ricos são retratados como "cidadãos de bem" mesmo quando cometem crimes graves.
Apartheid social
Enquanto os ricos fraudam, sonegam e corrompem sem ver a cela, os pobres apodrecem na prisão por furtar um pão ou carregar um baseado. O sistema não prende criminosos, prende a miséria – e chama de justiça. A lei é dura, mas só para quem não pode comprar sua liberdade. Enquanto uns respondem em home office, outros morrem no cárcere. Isso não é justiça, é apartheid social.
Sociedade do espetáculo
Numa sociedade que aplaude o rico que sonega e prende o pobre que sobrevive, a lei não é cega – só fecha os olhos para quem tem poder. Enquanto os de cima compram sentenças, os de baixo viram estatística no sistema penal. A meritocracia é um mito: o jogo está viciado desde o início. Aqui, a liberdade tem preço, e a dignidade, claramente, não tem. Isso não é civilização, é um teatro de desigualdades, numa sociedade do espetáculo.