
NOTURNO
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Santos Peres
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O que faz o meu amor
nas madrugadas vazias?
Por quais estrelas navega?
Em quais portos,
amada minha?
Quisera visitar o meu amor
nessas madrugadas:
tocar o silêncio do sono que a acolhe
com a brisa do meu hálito;
percorrê-la como caminhante
em campos desconhecidos.
Para depois partir...
Como pássaro
que se deixa de uma fonte,
partir.
Tão silenciosamente partir,
carregando nos lábios
a cicatriz de um adeus.