
Após mais de 28 anos atuando como policial civil e delegado, Rubens César Garcia Jorge, 48 anos, um dos que mais se destacaram como delegado na região, assumiu no dia 31 de janeiro de 2018 uma das chefias mais importantes, a da Seccional de Polícia Civil de Avaré, que administra também outros 17 municípios e 24 Unidades Policiais.
Numa breve entrevista ao Jornal A Bigorna, o delegado falou dos desafios da nova função.
Jornal A Bigorna – Como o senhor encara os desafios como o novo Seccional de Avaré?
Dr. Rubens – Encaro com naturalidade, como uma ascensão profissional, e também temos outros colegas com condições de assumir. No meu caso, iniciei a carreira em Itaí no ano de 1993, depois fui designado para a delegacia de policia de Iaras, município recém-emancipado da cidade de Águas de Santa Bárbara, e no ano de 2003 fui designado para o 2º DP de Avaré. Em 2006, fui novamente designado pelo Dr. Vagner Bertoli (Seccional na época), para assumir a Delegacia de Investigações Gerais, de onde saí para assumir como delegado Seccional.
JB – O senhor se surpreendeu com algo ao assumir a função?
Dr. Rubens – O principal desafio desta função é administrar com recursos humanos limitados, vez que a falta de policiais civis se dá não só em Avaré, mas em todo o estado. No entanto, tive a grata surpresa de conhecer de perto, e agora administrar o empenho dos policiais civis da própria Sede da delegacia Secional de Polícia, dos policiais que labutam na cidade de Avaré, e nos municípios pertencentes a sub-região, que não medem esforços para atender a população no que diz respeito a Polícia Judiciária.
JB- Além da função de Polícia Judiciária, o que mais a Seccional é responsável?
Dr. Rubens – A Seccional é responsável por gerir toda a parte de recursos humanos, sub-frota (viaturas), que demandam manutenção constante, plantão policial permanente, Necrim (Núcleo especial de conciliação criminal), licitações, investigações atinentes a mandatários públicos, dentre muitos outros afazeres.
JB – A criminalidade da região está sob controle, e quanto aos menores que a imprensa veicula quase que constantemente que estão “trabalhando” para o tráfico. Isto é uma consequência social?
Dr. Rubens – A criminalidade em nossa região é baixa, comparado com outras regiões do estado, não tivemos aumento de crimes graves nos últimos anos, tais como homicídios, roubos, furtos e praticamente não temos latrocínios (roubo seguido de morte), crime tal que traz muita insegurança para a sociedade. Posso afirmar que a região de Avaré no âmbito da delegacia Secional, assim como na Policia Militar (53º Batalhão de Polícia Militar de SP), que o crime está absolutamente sob controle, tanto no que concerne a PC quanto na PM, visto que combatemos diuturnamente qualquer mudança em algum indicador criminal, sendo prontamente identificado e coibido. Temos um ótimo relacionamento com o Comando da Polícia Militar, com o tenente-coronel Luiz Cézar Junior que é bem atuante e companheiro nas adversidades que porventura ocorrem. Por fim posso afirmar que nossa região é um dos melhores locais para se viver em termos de segurança.
Sobre os menores no tráfico, entendo que o aumento da participação nos crimes de drogas, se deve, em grande parte, a crise econômica e falta de estrutura familiar, base de toda formação do cidadão.
JB – O dinheiro fácil atrai os menores?
Dr. Rubens – Atrai sim. Hoje vivemos num mundo muito dinâmico, consumista. Com o advento da internet e mídias sociais, qualquer jovem tem acesso a informação e a propagandas que estimulam o consumo, a título de exemplo, a maioria dos jovens almejam, por exemplo, terem um celular de última geração, um tênis moderno, sendo o tráfico o meio mais fácil de conseguir meios de adquirir tais bens. Daí o grande número de menores ligados ao tráfico de drogas.
JB – O Senhor acredita que o crime compensa para os grandes líderes de facção criminosa que atuam no estado?
Dr. Rubens – É uma questão interessante, compensaria se estivessem soltos, mas em nosso estado estão praticamente todos custodiados no sistema prisional. Podemos observar que em SP a criminalidade e o crime organizado estão sendo sufocados, ainda mais se compararmos com outros estados da Federação. No mesmo sentido, temos a maior massa carcerária do País e não vemos ocorrer os problemas que ocorrem em outros sistemas penitenciários, uma vez que a SAP/SP tem uma gestão muito profissional.
JB – Todo policial é também um ser-humano. Quem é o delegado-homem Rubens?
Dr. Rubens – Um cidadão comum, pai de família, que tem intenção de viver num mundo melhor e mais justo.
JB – Dentro desta questão, o que o motivou a ser policial?
Dr. Rubens – Acredito que a vocação. Fui investigador de polícia, gostei e segui minha carreira. Tenho grande satisfação de pertencer a Polícia Civil de SP.
JB – Para finalizar. Uma frase que o senhor pode passar para os cidadãos de Avaré e região.
Dr. Rubens – Confiem na Polícia.