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    607 Jornal A Bigorna 05/09/2022 08:50:00

    Palanque do Zé

    Sempre gostei de ler, muito influenciado por minha mãe, que até então era professora. Comecei com gibis – principalmente os da Disney. Meu personagem favorito era o Tio Patinhas.

    Mas o primeiro livro que me conquistou de verdade foi O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Eu tinha então uns 12 anos.

    Apesar de estar cronologicamente errado, após a leitura da trilogia “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”, li “O Hobbit”, obra que precede as três anteriormente citadas. E daí não parei mais.

    Mas, naturalmente, que Tolkien fez muito mais do que apenas me influenciar para o magnífico mundo dos livros.

    John Ronald Reuel Tolkien foi um escritor, professor universitário e filólogo britânico, nascido na atual África do Sul.

    Por mais incrível que possa parecer, escrever livros era seu hobby, e não o trabalho principal. Como professor atuante em Oxford, se destacou como sendo um dos maiores linguistas do mundo, tanto que recebeu o título de doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e Dublin, no ano de 1954.

    Devido à esplendorosa contribuição que deu para a cultura britânica, aos 28 de março de 1972, Tolkien foi nomeado Comendador da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II.

    Graças a grande popularidade do seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o “pai da moderna literatura fantástica”. Suas obras foram traduzidas para mais de cinquenta idiomas e venderam mais de 200 milhões de cópias, o que acabou por influenciar continuadamente gerações e gerações, assim como o fez com este que vos escreve.

    Fiz essa introdução para que você, caro leitor, pudesse entender o quanto eu estava ansioso pela estreia da série O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, após uma espera de aproximadamente 5 longos anos entre o anúncio do projeto e o lançamento do primeiro episódio.

    Pouco antes do lançamento dos dois capítulos da primeira temporada, pela plataforma Amazon Prime Video, me peguei lembrando de quando – ainda pré-adolescente nos idos de 2002, 2003 e 2004 – fui ao cinema com amigos para assistir os três filmes, cuja direção de Peter Jackson encantou o mundo do cinema e acabou levando 17 estatuetas no Oscar.

    A vida era mais fácil naqueles dias. Nossa preocupação maior era não beber muito refrigerante durante os filmes, “para não termos que ir ao banheiro”. Por essa razão, somente cachorro-quente e pipoca eram liberados. Tomávamos um gole de Coca-Cola só no caso de precisarmos “ajudar a comida a descer”.

    Depois, na trilogia cinematográfica “Uma Jornada Inesperada” (2012), “A Desolação de Smaug” (2013) e “A Batalha dos Cinco Exércitos” (2014), em que Peter Jackson optou por dividir em três a estória do  livro “O Hobbit”, a diversão também foi garantida. Mas aí eu já era um Advogado preocupado com prazos, contas e afins, então a parte da memória afetiva acabou ficando um pouco prejudicada. Mas nada que tire o brilho das obras, ressalto.

    Sem mais delongas, voltemos para “Os Anéis de Poder”. A série é situada na Segunda Era da Terra Média, milhares de anos antes dos fatos narrados em “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”. O foco da história se dá no momento em que grandes poderes foram forjados, reinos ascenderam e também ruíram, ao mesmo tempo em que heróis foram testados e tiveram a esperança quase aniquilada por Sauron, o Senhor do Escuro. A série começa em um momento de paz, quando o elenco de novos e antigos personagens precisam enfrentar o ressurgimento do mal.

    E é nessa fase que encontramos personagens novos, mas também alguns nomes conhecidos como Galadriel e Elrond, que são muito bem interpretados por Morfydd Clark e Robert Aramayo, respectivamente.

    Por meio de uma grande produção, vemos Galadriel como sendo a Comandante das Forças do Norte. Ainda longe de ser a sábia e etérea Senhora de Lórien que vemos em “O Senhor dos Anéis”, ela é bem mais jovem, teimosa e obcecada em caçar um mal furtivo.

    Elrond, por sua vez, aparece mais ambicioso do que nunca, mas precisa se decidir entre dois caminhos: Fazer o que é certo para seu Reino ou permanecer leal a quem lhe é querido.

    A série é inspirada em canções, notas de apêndice e até frases isoladas para dar vida ao que Tolkien batizou de Segunda Era da Terra-Média, um tempo de relativa paz que é assombrado pelo ressurgimento de Sauron e pela criação dos anéis que virariam peça-chave no futuro. Então não dá pra esperar que certas lacunas na história não tenham que ser preenchidas, o que pode ser bom, dependendo do ponto de vista.

    O que se vê de mais diferente até agora em relação ao universo Tolkien, é a aparição de personagens negros, fato que não me incomoda nem um pouco, mas que está dando margem para comentários racistas na Internet.

    De fato, em termos do universo Tolkien, não faz sentido que negros estejam no elenco, porque a história toda se passa na “Europa”. Mas precisamos entender que são outros tempos e que a inclusão precisa existir, então não há problema algum em aceitarmos mais essa pequena licença poética, que não altera em nada a magnitude da obra, mas que dá um grande recado para a sociedade.

    Não dá pra dizer muito mais sobre a série, pois até o momento em que escrevo este artigo, somente dois episódios das cinco temporadas previstas foram lançados. Mas a Amazon já está comemorando muito, afinal, a série se tornou o melhor lançamento da história de sua plataforma de streaming, Prime Video, com 25 milhões de espectadores.

    Também pudera. A Amazon desembolsou 250 milhões de dólares somente pelos direitos da obra, e investiu outros 465 milhões de dólares na produção da primeira temporada. Considerando que a empresa de Jeff Bezos se comprometeu a lançar cinco temporadas, espera-se que a soma final dos custos fique acima dos 2 bilhões de dólares.

    Caso você se interesse, “Os Anéis de Poder” ganha um novo episódio toda sexta-feira no Amazon Prime Video. A assinatura da plataforma custa, no pacote mais simples, apenas R$ 14,90 mensais e pode ser feita no link abaixo:

    https://www.primevideo.com/?_encoding=UTF8&language=pt_BR

     

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    PS:Essa coluna não é patrocinada, mas poderia!

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