• Polícia Civil prende advogados por suposta ligação com o crime organizado em Avaré

    39437 Jornal A Bigorna 22/11/2016 22:19:11

    Na manhã desta terça-feira, 22, em Avaré, policiais civis prenderam quatro advogados em atividade no município e que são acusados de envolvimento com uma organização criminosa conhecida por atuar dentro e fora dos presídios paulistas.

    Os advogados presos foram Jéssica Paixão Pereira, de 35 anos, Eduardo Luiz, de 43, Marcos Antonio Antunes Barbosa, 41, e Osvaldo Antonio de Oliveira, de 44 anos.

    A ação foi realizada durante a operação Ethos, que contou com a participação de integrantes das Polícias Civis de Adamantina e Avaré e de quatro Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Bauru.

    Além dos mandados de prisão temporários, os policiais também cumpriram mandados de busca nas residências e escritórios dos advogados. Foram apreendidos computadores, notebooks, celulares, cartões bancários, documentos, dinheiro e dezenas de cartas cujos rementes são detentos que estão cumprindo pena nos presídios de Avaré.

    Arma

    Uma arma de fogo com a numeração raspada também foi encontrada com um dos investigados durante a operação. Em razão dessa irregularidade ele também foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

    Todos os acusados foram encaminhados, em um primeiro momento, para a Delegacia de Investigações Gerais, onde foram submetidos a interrogatório. O presidente da subsecção da OAB de Avaré e um representante da comissão de prerrogativas da entidade acompanharam a o cumprimento dos mandados, mas não quiseram falar com a imprensa.

    Os advogados presos nesta operação serão transferidos para um presídio na região de Presidente Prudente, onde tramitam os processos. A duração da prisão temporária é de cinco dias, podendo ser prorrogada por igual período desde que autorizada pela autoridade judiciária.

    Em nota, o Ministério Público informou que a operação está sendo realizada simultaneamente em 20 municípios do Estado e que as investigações tiveram início após informações reveladas em uma carta interceptada por agentes da Penitenciária de Presidente Venceslau, no ano passado, durante procedimento de varredura de rotina.

    Segundo a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – como é conhecido o departamento jurídico da organização criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou “conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita.

    De acordo com as investigações, ficou evidenciado que os advogados, por meio de pagamento de propina a pessoas envolvidas em órgãos do Estado, visavam concretizar o objetivo da facção criminosa, que seria o financiamento e controle de agentes públicos e colaboradores, característica primordial da definição de crime organizado.

     

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