Homem confessou que enterrou o cão e, segundo a polícia, disse que acreditava que o animal estivesse morto. Cachorro foi encontrado por casal às margens de rodovia entre Boituva e Tatuí (SP), com corte profundo no pescoço.
O homem suspeito de enterrar um cachorro vivo às margens da Rodovia Antônio Romano Schincariol, entre Boituva e Tatuí (SP), se apresentou à polícia nesta quinta-feira (16). O suspeito, que é dono do animal, foi liberado após prestar depoimento, mas será investigado pelo crime de maus-tratos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, José Luiz Silva Teixeira, o dono do animal confessou que enterrou o cão, mas disse que acreditava que estivesse morto. O cão estava desnutrido e com um corte profundo no pescoço quando foi resgatado.
Enterrado vivo
De acordo com a UIPA, o animal de aproximadamente 6 anos foi encontrado por um casal de Itapetininga (SP) quando passava pela rodovia.
Segundo o boletim de ocorrência, o casal viu uma pessoa com uma enxada nas mãos, na altura do quilômetro 28, e parou para verificar a situação.
Conforme o BO, o casal fez perguntas ao homem, mas ele colocou a enxada no porta-malas do carro e saiu rapidamente do local. Logo depois, os moradores encontraram um monte de terra com uma pequena parte da cabeça do cachorro, que agonizava, segundo a associação.
Ainda de acordo com o registro policial, o casal cavou o buraco e resgatou o cão. Os moradores continuaram a viagem que faziam até a casa de parentes em Boituva e, na segunda-feira (13), levaram o animal até o Ambulatório Municipal Pet de Itapetininga.
Segundo a prefeitura, o cão da raça Dachshund (conhecida popularmente como "salsicha") recebeu cuidados como aplicação de soro, assepsia, sedação e curativo. Depois, em parceria com a UIPA, ele foi transferido para uma clínica em Botucatu para tratamento especializado.
Um boletim de ocorrência por maus-tratos foi registrado na terça-feira (14) na delegacia de Tatuí, e o caso é investigado pela Polícia Civil.
Cirurgia para reconstruir pescoço
O cachorro resgatado passou passou por uma cirurgia de reconstrução do pescoço, nesta quarta-feira (16). O procedimento durou mais de cinco horas.
De acordo com a União Protetora dos Animais(UIPA), o animal tinha um corte profundo e o procedimento foi difícil, já que teve que retirar parte da pele para enxertar os ferimentos do pescoço, que ficou infeccionado após a mutilação e contato com a terra.
Apesar do procedimento invasivo, o Menino, nome dado pela equipe da UIPA, resistiu e está sendo monitorado por profissionais. Por conta da cirurgia, o cão está se alimentando por meio de sonda esofágica.
"O caso dele é grave, mas aguentou a cirurgia e isso já é um grande sinal. Precisamos torcer para que os rins melhorem, para a cicatrização, para os antibióticos fazerem efeito e para que o enxerto se adeque a região. Se Deus quiser, ele ficará bem", explica Fernanda Nery.(Do G-1)