• Tarcísio não vai se desculpar com STF, mas descarta novas críticas 'emotivas' a Moraes

    436 Jornal A Bigorna 09/09/2025 13:00:00

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não deve procurar diretamente ministros do STF ( Supremo Tribunal Federal ) para se desculpar pelos ataques feitos à Corte no ato bolsonarista de 7 de setembro na avenida Paulista.

    Magistrados esperavam essa atitude dele, mas o governador não deve tomar a iniciativa de procurá-los neste momento.

    A coluna apurou, por outro lado, que Tarcísio não pretende fazer novas críticas contundentes aos magistrados depois de subir o tom e chamar Alexandre de Moraes de tirano e ditador.

    A ideia é deixar a poeira baixar e aguardar para retomar algum nível de diálogo, ao menos com parte dos magistrados da Corte.

    Segundo interlocutores do governador que procuraram ministros do STF para conversar depois da escalada na avenida Paulista, Tarcísio pretendia, de fato, fazer críticas contundentes ao julgamento de Bolsonaro e defender a anistia. Mas subiu o tom contra o tribunal —e especialmente contra Alexandre de Moraes— muito acima do habitual porque foi envolvido pela emoção do momento. A ponto de até mesmo bolsonaristas ficarem surpresos.

    Durante seu discurso, Tarcísio foi interrompido por gritos de "fora Moraes! fora Moraes!". Ele, que até então não tinha citado nominalmente o magistrado, afirmou: "Por que que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes."

    Passada a emoção, o governador teria ficado "sentido", nas palavras de um interlocutor a ministros do STF. Isso porque, embora crítico do julgamento contra Bolsonaro, ele não pretendia se afastar da condição de autoridade aberta ao diálogo —até mesmo para manter pontes que ajudassem em algum momento o ex-presidente.

    Sua ideia, ao subir no palanque na avenida Paulista, era a de subir o tom contra o Supremo, defendendo a anistia a Bolsonaro. Mas sem inviabilizar o diálogo com a Corte.

    Um dos magistrados procurados respondeu que os integrantes da Corte estão de fato chateados com Tarcísio, mas não vão cortar as conversas para sempre.

    O mesmo ministro ponderou, no entanto, que a política é um jogo de adultos e que as pessoas que seguem na carreira pública devem aprender a usar as palavras em situações adversas para não aumentar as crises.(Da Folha de SP)

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