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    Contos do Zé #21 - Sorte de vagabundo (Parte 2)

    2627 Jornal A Bigorna 07/09/2020 20:50:00

    Palanque do Zé

    Meu plano não era continuar contando essa história, disse Jeremias - que claramente estava satisfeito com a insistência do pessoal do bar, para que ele continuasse.

    Mas como nenhuma história tem sentido sem plateia, eu vou continuar.

    Desde que eu havia saído do bar da Sauverina e ido pra casa, encontrar Geraldo me era uma questão de honra.

    E mais do que isso: De vida ou morte, afinal, o fator surpresa já havia acabado e, a essa altura dos acontecimentos, provavelmente ele já sabia das minhas intenções e poderia dar o bote!

    Por isso, assim que amanheceu, lavei o rosto na mesma bacia que um dia fora da minha mãe, tomei um copo de café preto, afiei meu facão e fui procurar Geraldo.

    Como era segunda feira, ele devia estar trabalhando na plantação de palmitos do Moisés, então procurá-lo naquelas bandas era o mais sensato a se fazer.

    Finalmente o encontrei. Geraldo estava agachado cuidando de alguma coisa que o entretinha, pois sequer me percebeu chegando. Se bem que também não dei bandeira, sabe como é, me aproximei sorrateiramente.

    Mais rápido do que eu mesmo podia imaginar, puxei o facão e desferi o golpe fatal.

    Estava tudo resolvido.

    Esse pode não ser o melhor jeito de resolver os assuntos, mas é a forma como conhecemos. E é a mais rápida também.

    Sei que se pisar na bola com alguém, serei eu o partido em dois. E é exatamente por isso que eu não me intrometo nos assuntos alheios, não saio com mulher casada e não pego o que não me pertence.

    Já tenho 59 anos e consegui permanecer vivo com essa filosofia de vida, como vocês gostam de dizer aí no sul do Brasil, até hoje.

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