A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (26) que tem duas linhas de investigação para determinar as causas do acidente que matou 41 pessoas em Taguaí (SP): falha nos freios ou tentativa de ultrapassagem em local proibido.
As informações são de Camila Rosa Alves, delegada titular da Polícia Civil de Taquarituba (SP), responsável pela investigação. Segundo a delegada, os envolvidos ainda não foram ouvidos formalmente.
"Os policiais se anteciparam e colheram as versões de forma informal. No local dos fatos era muito evidente que o ônibus havia invadido a contramão. O que causou isso é o que nós estamos querendo apurar e é o que vai levar a responsabilização criminal dessas mais de 40 mortes", explicou a delegada.
Hipótese de falha nos freios
O motorista do ônibus alegou, de acordo com a delegada, que seguia na pista quando se deparou com um outro veículo, possivelmente um caminhão, que estava mais devagar.
Ao tentar diminuir a velocidade, percebeu que os freios do veículo não funcionavam e, para evitar uma colisão, invadiu a pista contrária. Neste momento, foi atingido pelo caminhão bitrem carregado com esterco.
A versão apresentada pelo motorista foi confirmada por um dos passageiros que sobreviveu ao acidente. Elian Marcos contou à TV TEM que avistou um caminhão na pista. "Nosso ônibus estava indo e não sei se falhou o freio quando chegou perto desse que estava muito devagar. O motorista tirou [o veículo da pista] e nisso veio a carreta contra", relata.
Hipótese de ultrapassagem proibida
Já outra possível versão, colhida com base no relato do sobrevivente do caminhão, é de que o ônibus teria invadido a pista contrária durante uma ultrapassagem, e o caminhoneiro não teria conseguido frear a tempo, jogando o veículo na direção de uma propriedade rural no acostamento.
41 mortos
O ônibus que levava trabalhadores de uma empresa de confecção e o caminhão bitrem com carga de esterco bateram no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, em um trecho de curva, por volta das 7h de quarta-feira (25).
Os trabalhadores saíram de Itaí com destino a empresa de confecção em Taguaí. 41 pessoas morreram e dez ficaram feridas. Até a manhã desta quinta-feira (26), seis pessoas seguiam internadas.
O motorista do caminhão, Geison Gonçalves Machado, de 22 anos, morreu no acidente. Conforme a companheira dele, Geison não tinha habilitação para dirigir caminhão. O caminhão saiu de Florestópolis (PR) para descarregar em Taquarituba e depois iria para Castro (PR), cidade onde Geison morava.