O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (26) que "não precisa ser protagonista" quando questionado sobre candidaturas de direita para o governo federal em 2026, citou outros governadores como bons exemplos de gestão e que "na hora certa" haverá a definição de quem vai liderar esse projeto.
Indagado se não deseja estender o trabalho que tem feito em São Paulo para o resto do país, Tarcísio disse que "cada um tem um papel" e disse ter uma "missão" no estado, mas que quer "contribuir" no plano federal, sem detalhar como, e ainda criticou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
— Eu quero fazer parte do time, não importa a posição que eu vou jogar. Isso é o mais importante. Eu não preciso necessariamente ser um protagonista. Eu quero ajudar, contribuir, porque se a gente não contribui, aí a gente vai ter uma frustração. A grande pergunta é o que eu quero deixar para as gerações que vão vir. ? O que eu quero deixar para os meus filhos, para os meus netos? Eu não quero deixar esse país que está aí, esse país do PT. E eu acho que ninguém quer. (...) Às vezes o papel, ajudando aqui em São Paulo, ou em outra função, não tem problema — falou durante evento UBS WM Latin America Summit.
Dirigindo-se a uma plateia repleta de empresários, Tarcísio disse que as pessoas estão muito "ansiosas" e que ainda há tempo para definir os caminhos da direita nas eleições de 2026. O governador disse ter "muito respeito pela liderança" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que ele terá um "papel fundamental" nesse arranjo.
— Então, não tenham ansiedade porque na hora certa, e essa hora certa não precisa ser necessariamente agora, o pessoal não insiste nisso. Ah, é dezembro. Não, não é. Pode ser janeiro, pode ser fevereiro, pode ser março. Não tem problema e vai dar tempo. A gente precisa do projeto vitorioso e a sociedade vai entender, vai puxar esse caminho qualquer. Porque, de certa forma, está todo mundo entendendo que o que está aí não está legal — acrescentou.
Tarcísio citou aliados como os governadores Ronaldo Caiado *(União), de Goiás, de Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, de Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, como "uma safra boa aí que está conseguindo fazer o dever de casa".
Tarcísio ainda criticou indiretamente a política fiscal do atual governo, elogiou o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e afirmou que "matemática e ideologia são duas coisas que não se misturam" e que o país vai "enfrentar o problema das contas logo ali na frente".
— E aí, vai ter pulso para fazer as reformas e vai se colocar contra a base ou vai deixar o Brasil quebrar ou vai mergulhar numa recessão? Porque não tem alternativa, só tem essas duas alternativas. E aí o brasileiro vai perceber isso. E aí vai ver que tem um projeto muito mais legal aqui e é esse o projeto que eu vou embarcar — disse o governador.
Tarcísio ainda referiu-se à anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado como um "remédio político que foi usado diversas vezes no Brasil, em diversas situações" e que o Congresso Nacional precisa de uma "ferramenta de pacificação".
— A Constituição de 88 é fruto de uma anistia. Se não tivesse tido a anistia, não tinha a Constituição de 88. A emenda constitucional que convocou a Constituição de 88 falava de anistia.E eu entendo que o Congresso tem que entender qual vai ser a ferramenta pra pacificação. Eu acho que a gente precisa de ferramentas pra pacificação. Então vamos tentar usar tudo que está a nosso dispor, todo o nosso arsenal ferramental político pra que dentro da política a gente construa um caminho pra baixar a temperatura e para que a gente possa gastar energia com aquilo que é importante pro país — falou.(Do Globo)













