A FAB (Força Aérea Brasileira) inicia um programa de treinamento para disparos de mísseis de longo alcance a partir de caças F-39 Gripen. Os exercícios serão feitos durante três semanas em Natal, para onde quatro dessas aeronaves voaram da Base Aérea de Anápolis (GO) na última sexta-feira (14).
De lá para cá houve desenvolvimento, inclusive tecnológico, conforme a Aeronáutica.
De acordo com o tenente-coronel aviador Ramon Fórneas, comandante do 1º GDA (Grupo de Defesa Aérea) —Esquadrão Jaguar—, sediado em Anápolis (GO) e responsável pela operação dos Gripen, a expectativa é que os caças estejam totalmente operacionais em 2026.
Atualmente, o avião pode fazer interceptação, mas um eventual tiro de destruição contra uma aeronave invasora ficaria a cargo dos antigos F-5.
Nos testes em Natal serão usados armamentos reais de longo alcance e o alvo do exercício simulado será um drone de alta performance da marca italiana
Foi na capital do Rio Grande do Norte que o avião viveu seu ápice desde que passou a integrar a defesa área do país. No ano passado, durante o exercício Cruzex, um dos Gripen do Brasil abateu, e também foi abatido, pelo célebre caça americano F-15.
O Gripen tem capacidade para atingir alvos no ar e na terra.
Entre os dias 8 e 12 de dezembro estão programados exercícios "ar-ar" no Rio de Janeiro, quando serão testados disparos de metralhadora do caça de origem sueca.
O objetivo será acertar um alvo, chamado de biruta, rebocado por caça americano F-5, operado pela Força Aérea desde o início da década de 1970 e modernizados nos anos 2000, mas que serão substituídos pelos Gripen.
"O Gripen vai atirar nesse alvo e verificar a precisão do canhão [Mauser BK-27, de 27 milímetros]", afirma o oficial, que participa do desenvolvimento dos caças suecos pelo Brasil desde a assinatura de compra em 2014.
"A gente [Força Aérea] já faz isso há bastante tempo, mas será a primeira vez que faremos com o Gripen", diz Fórneas, em entrevista à Folha, ao se referir exercícios com os caças F-5M Tiger II e Super Tucano, por exemplo.
Na noite da última sexta-feira chegou ao porto de Navegantes (SC) o 11º dos 36 Gripen comprados pelo Brasil.
O caça deverá ser levado nesta semana até Anápolis por um dos três pilotos de testes habilitados no país a voar com os F-39, fora os 13 oficiais do 1º GDA.
"A viagem é de aproximadamente uma hora", afirmou o tenente-coronel. Segundo ele, o voo deverá ser feito em velocidade próxima a do som (pouco mais de 1.200 km/h), em "regime econômico" —o avião atinge até 2.400 km/h.
A capacidade de reabastecimento em voo permite que as aeronaves de caça permaneçam em operação por longos períodos, ampliando significativamente o alcance e o tempo de permanência sobre áreas de interesse.
O programa brasileiro prevê 36 Gripen, 8 deles com dois lugares. Neste ano ainda deverá ficar pronto o primeiro avião produzido na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP), como parte do programa de transferência de tecnologia —a fabricante brasileira, assim outras como a AEL e Akaer, é parceira da Saab. Entretanto, só deverá ser entregue à Força Aérea em 2026.













