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    Delegados e coronéis da PM não concordam com Derrite na segurança de SP

    3612 Jornal A Bigorna 03/12/2022 21:10:00

    Delegados, coronéis da PM,  integrantes do Ministério Público e do Judiciário questionaram a escolha de Tarcísio de Freiitas a nomeação de Derrite na pasta de segurança de SP, apontando diversos problemas nela.

    Para começar, Derrite é um ex-PM que busca, a exemplo do que Bolsonaro fez com o Exército, fundir sua imagem pública à da corporação.

    Além disso, Derrite defendeu como deputado poder de investigação para policiais militares, tirando a exclusividade da Polícia Civil. Como a Segurança paulista sempre viveu um equilíbrio precário entre o poder da PM, a maior força (93 mil policiais), e a Civil (27 mil integrantes), o pêndulo se moveria de forma inédita para o lado militarizado.

    Derrite defende pensamentos bolsonaristas que vão do ideário do astrólogo Olavo de Carvalho, já falecido guru da turma, à crítica ao bem-sucedido programa de emprego de câmeras em uniformes de policiais —que ajudou a derrubar a letalidade policial onde foi aplicado. O padrinho de sua indicação é o deputado e filho presidencial Eduardo Bolsonaro (PL).

    Uma rede de aliados no Judiciário paulista também se uniram na crítica a Derrite. Até aqui, o secretário indicado não se pronunciou sobre o caso. Na quinta (30), após o anúncio da escolha, Tarcísio tergiversou quando questionado acerca do apoio de Derrite na internet à campanha golpista de Bolsonaro que coloca em dúvida a lisura das eleições.

    Este é um ponto criticado inclusive por policiais militares com tendências bolsonaristas, que são bastante influentes na tropa, já que teriam de prestar continência a um subalterno mais jovem, de 38 anos. Na corporação, o topo da carreira é a patente de coronel.

    Para Tarcísio, é um jogo complexo. Ele precisa agradar o bolsonarismo que o ajudou a chegar ao poder de forma meteórica, saindo do Ministério da Infraestrutura para a chefia do principal estado do país, mas trabalha também com uma ala técnica, com aliados como Gilberto Kassab (PSD), um dos fiadores de sua candidatura, e também com parte da máquina existente após quase 30 anos de PSDB no poder local.

    Ele ofertou um agrado à Polícia Civil sugerindo o nome do atual delegado-geral, Osvaldo Nico Gonçalves, para ser o adjunto de Derrite. Nico não deu uma resposta, embora seus aliados digam que ele irá aceitar, e o tema será debatido em reunião na semana que vem no Conselho da corporação.

    A articulação inclui colocar um aliado de Nico, Arthur Dian, como delegado-geral. Toda essa arquitetura tem a bênção do deputado estadual paulista Delegado Olin (PP), que participou de reunião com os dois policiais e Tarcísio na quinta. A divisão que segundo fontes, Derrite não agrada nem a coronéis da PM e também aos delegados da Polícia Civil, já que os dois órgãos estão submetidos a pasta da segurança pública.

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