
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surpreendeu boa parte de lideranças da direita e aliados, ao sinalizar seu plano de concorrer à Presidência mais de um ano antes da eleição de 2026. O deputado federal licenciado teve um objetivo claro ao fazer o gesto, segundo interlocutores próximos. Eduardo quis mostrar que não permitirá que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, concorram ao Palácio do Planalto.
Os dois nomes estão sendo colocados como favoritos para a disputa contra Lula, já que Jair Bolsonaro segue inelegível e sem perspectivas de mudança dessa condição. Michelle e Tarcísio eram as únicas opções que Jair Bolsonaro não abria mão de serem testadas em todos levantamentos contratados pelo PL.
Eduardo, no entanto, deixou evidente para aliados próximos que não permitirá que nenhuma pessoa, além dos filhos, herde o capital político do pai numa eleição pela Presidência.
Não é de hoje que o deputado federal licenciado evidencia o climão que vive com Tarcísio. Eduardo considera que o governador de São Paulo nunca lhe deu espaço em seu governo com nomeações, nem lhe conferiu prestígio. Quando esteve nos EUA, há poucas semanas, Tarcísio não procurou o deputado, diferentemente de outras lideranças do centrão.
Na relação a Michelle, aliados de Eduardo relataram que ele vê a ex-primeira-dama trabalhando fortemente para ser a candidata ao Palácio do Planalto, mas é contra seu nome.
A leitura do entorno de Eduardo é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, apoia Michelle porque considera que seria mais fácil ter algum controle sobre ela devido à sua inexperiência política. Esse é um dos fatores, inclusive, que têm feito o deputado avaliar a migração para o PP.(DO Globo)