• Ética e jornalismo caminhando juntos

    1184 Jornal A Bigorna 21/12/2017 16:54:00

    Por Assis Chateaubriand – Por inúmeras vezes em minha vida ouvi, li e assisti noticiários que precisavam ser ‘pensados’, e não digeri-los como o apresentador ou o jornalista escrevia ou falava. Infelizmente, às vezes, a verdade é transvertida para que o real não apareça.

    Mas é preciso, previamente, fazer uma autocrítica corajosa a respeito do modo como vemos o mundo e da maneira como dialogamos com ele.

    O bom jornalismo é uma atividade de informação mediada. O jornalista não é um mero repassador de declarações. Ele tem o poder discricionário de não publicar uma acusação ou uma ofensa grave. O jornalista pode e deve usar sua mídia em favor da população. Desvios de conduta, violência, denúncias fundamentadas e não meramente ‘achadas’; não existe achismo numa matéria.

    Iludir o leitor, muitas vezes, é patrocinar a indignidade moral. O leitor arguto e mais amparado na realidade sabe discernir um fato real de uma mentira mesclada, enquanto, existem, àqueles, que, infelizmente, acreditam no que ouvem ou leem sem ter o senso crítico de estabelecer paradoxos e, deste modo, saber as vertentes da notícia.

    Ao escrever uma matéria ou divulgá-la sem responsabilidade, com inverdades ou em defesa de certos pontos de vista que o jornalista obcecado pode fazer, nada mais comete do que um ‘banditismo-jornalístico’. Usar jornais para locupletar quem está no poder e com interesses escusos é um crime sem precedentes.

    Enfim, sabemos que os meios de comunicação possuem um imenso poder de manipular a informação e de formar a opinião das pessoas. Nesses meios, a verdade absoluta não predomina, ela acaba sendo ocultada ou transformada de acordo com o interesse dos detentores do poder. Existem algumas normas e princípios que regulamentam a conduta de um indivíduo no exercício de sua profissão. Estamos falando aqui da ética profissional, coisa que falta a muitos dos profissionais da área jornalística.

    Ninguém é perfeito, muito menos o jornalista, que, como todos, têm o direito de errar, e se errar, saber aceitar o erro. Agora perpetuar-se subindo em pedestais de hipocrisia é uma arte que alguns têm, mas que o tempo, um dia, lhes cobrará um preço muito caro.

     

    Chatô é escritor.

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