• Fraude fiscal de R$ 244 milhões atinge 65 cidades; operação da Receita mira esquema em Avaré

    157 Jornal A Bigorna 10/09/2025 13:10:00

    A Receita Federal, com apoio da Polícia Federal, deflagrou nesta quarta-feira (10) uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes fiscais que causaram um prejuízo estimado de R$ 244 milhões aos cofres públicos. O esquema, que envolve 187 contribuintes em 65 cidades de 14 estados, utilizava empresas sediadas em Avaré (SP) e Jundiaí (SP) para aplicar golpes sob a aparência de serviços de recuperação de tributos.

    De acordo com as investigações, os criminosos ofereciam consultoria fraudulenta que prometia recuperar tributos federais por meio de créditos falsos, cobrando até 70% do valor supostamente recuperado. O prejuízo identificado apenas nas operações vinculadas a Avaré e Jundiaí chega a R$ 1,4 milhão.

    Modus operandi sofisticado

    O grupo utilizava processos judiciais antigos contra a União e o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool para simular créditos tributários inexistentes. Com Guias de Recolhimento da União (GRU) adulteradas e valores artificialmente reduzidos, os criminosos transmitiam pedidos de compensação tributária com efeito imediato, levando os contribuintes a acreditar que suas dívidas com o Fisco haviam sido quitadas.

    Lavagem de dinheiro e estrutura complexa

    O dinheiro ilícito era lavado por meio da aquisição de bens e imóveis registrados em nome de laranjas e empresas de fachada. O principal investigado utilizou cinco CPFs obtidos ilegalmente para cometer os crimes, dificultando o rastreamento dos valores desviados.

    A operação "Quimera Fiscal" cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo e Porto Alegre. Os investigados respondem por crimes de falsidade ideológica, estelionato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

    A Receita Federal alerta que contribuintes devem verificar a idoneidade de empresas de consultoria tributária e desconfiar de promessas de recuperação valores expressivas com base em mecanismos administrativos.

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