
INFÂNCIA
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Santos Peres
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Fabricava manhãs sob o sol despejado
pelas ribanceiras de pedras e calangos
espichados ao calor das sombras...
O silêncio é o que hoje dói mais:
reverbera na alma o coaxar dos sapos,
canários nos galhos a ruidar.
Menino galopando frutas e pomares
a palo seco pelos campos
que rumo era o do vento.
À noite, pressa para o amanhã...
Pelos desvãos da janela
entre estrelas e nuvens errantes
Deus convidando para brincar.
Havia a mãe moendo café,
triturando a madrugada.
Havia...
E Deus passeava pela janela
do menino.