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    Internações por Covid-19 voltam a crescer e se espalhar pelo interior de SP

    4188 Jornal A Bigorna 15/09/2021 20:00:00

    Em 14 dias, a cidade de São Paulo registrou aumento de 33,5% na quantidade de pessoas internadas por Covid-19 em hospitais da rede municipal de saúde. A taxa de internações em UTI de Covid também deu um salto, de 37% para 49%.

    Enquanto na capital houve esse aumento de internações por Covid, no estado o cenário é diferente. O balanço estadual aponta queda 12,6%. No dia 1º deste mês, um total de 6.197 pessoas estavam em leitos de UTI ou de enfermaria, número que passou para 5.413 na terça (14).

    “Esse mesmo comportamento foi observado em junho de 2021, ocasião em que o interior do estado vivenciou um de seus piores momentos em termos de ocupação hospitalar. Naquela ocasião, a Grande São Paulo arrastava o dado estadual para baixo, mesmo quando tínhamos recordes de internações no interior”, afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.

    “Agora, a situação se inverteu: no somatório das internações do estado, quem traga o dado para baixo é o interior, enquanto a Grande São Paulo se eleva”, complementou.

    UNESP Botucatu

    Para o médico Alexandre Naime Barbosa, chefe do setor de infectologia da Unesp de Botucatu (238 km de SP) e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a cidade de São Paulo tem um sistema populacional que permite um maior ambiente de transmissão em relação aos municípios menores. “Pode ser um alerta para o resto do estado, mas está relacionada a alta densidade populacional, transporte urbano, eventos, indústria e comércio. É preciso ficar alerta”, afirmou.

    Delta

    Dados divulgados no dia 10 deste mês pelo governo estadual indicam que 1.409 casos registrados da variante delta no estado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Na capital paulista, por exemplo, a variante já é responsável por 80% dos casos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

    Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da USP, afirma que a elevação na quantidade de pessoas internadas já era esperada justamente pela circulação da variante delta. “Ela [variante] chegaria em setembro com um aumento preocupante. Acho que ainda não temos um número alto e vamos ter mais”, afirmou.

    O especialista prevê que o interior poderá sentir os reflexos dessa elevação já em outubro próximo.

    No dia 10 deste mês, o próprio coordenador-exeutivo do Comitê Científico do governo João Doria (PSDB), João Gabbardo, havia adiantado que havia uma tendência de aumento do número de internações.

     

    Barbosa lembra que a variante delta já está circulando em todo o estado. A maior preocupação é em relação as pessoas mais idosas. “É por isso que precisamos avançar o quanto antes na terceira dose entre os idosos. É uma pauta primordial neste momento”, afirma.

    Segundo Casaca, mais do que nunca se torna fundamental a testagem. “Em vista da prevalência da delta na capital, do grande salto de internações na região e dos sintomas, similares a um resfriado, será necessário redobrar a atenção e as ações de prevenção, o que inclui uma política mais agressiva de testagem a fim de detectar com mais eficiência e agilidade casos sintomáticos e assintomáticos da doença”, afirma.

    Em comum, Boulos e Barbosa dizem que as internações, sobretudo em UTI, não devem ser acentuadas. Isso se dá por dois motivos: a alta taxa de pessoas já expostas a variantes anteriores do vírus, e o avanço da vacinação.(Da Folha de SP)

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