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    Os milhões que a indústria da saúde paga aos médicos em viagens e presentes

    1036 Jornal A Bigorna 20/03/2024 20:00:00

    A indústria farmacêutica gasta milhões de reais todo mês para bancar viagens, palestras e jantares de médicos no Brasil. Em alguns casos, paga até presentes para consultórios, como cadeiras, televisores e aparelhos de ar-condicionado.

    No Brasil, é impossível saber quanto esses gastos representam e quem são os beneficiários. Minas Gerais é exceção. Desde 2017, o estado obriga a indústria da saúde a declarar essas despesas. Mas os dados não são fiscalizados.

    Laboratórios como AstraZeneca, Pfizer e Janssen desembolsaram cada um mais de R$ 2 milhões em jantares em restaurantes chiques na capital mineira.

    O que os dados revelam

    R$ 198 milhões foram gastos com médicos mineiros de 2017 a 2022;

    70% do valor foi destinado a apenas 3% dos profissionais do estado;

    Dez médicos foram beneficiados com mais de R$ 1 milhão cada um;

    Cardiologistas, dermatologistas e endocrinologistas foram os mais patrocinados;

    O maior gasto foi com transportes e hospedagens, R$ 64 milhões, seguido por contratação de palestras, R$ 59 milhões;

    A indústria farmacêutica responde por 91% dos valores declarados. O restante está ligado a indústrias de próteses, equipamentos e materiais médico-hospitalares;

    Coco Bambu e parrilla argentina

    Médicos também são frequentemente convidados para jantares.

    A contabilidade impressiona: treze indústrias de saúde declararam gastos milionários com refeições para médicos em Minas.

    A AstraZeneca custeou R$ 2,8 milhões, desde 2017. A Pfizer/Wyeth, R$ 2,7 milhões. E a Janssen, R$ 2,3 milhões.

    Os jantares ocorrem em restaurantes chiques das cidades onde vivem os médicos. Para evitar qualquer inconveniente, os encontros com os laboratórios costumam ocorrer em áreas reservadas, longe dos olhos do público.

    Lei

    Se o objetivo da lei era dar transparência para os conflitos de interesse, a realidade é que ainda há muito sendo escondido.

    Além das omissões no preenchimento dos dados, o UOL identificou centenas de pagamentos que tentam ocultar quem é o médico beneficiário, feitos em nome de empresas dos profissionais, por exemplo.

    Tudo está sob sigilo no restante do país. É impossível saber se a marca que o médico insiste que você compre é a mesma que paga para ele viajar para congressos no exterior.(Fonte:UOL)

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