Ainda é pré-campanha, mas o ex-governador Márcio França (PSB), 57, tem se dedicado dia e noite a associar a imagem do prefeito Bruno Covas (PSDB) à do governador João Doria (PSDB).
O cálculo é óbvio: França tentará repetir, na disputa com Covas pela Prefeitura de São Paulo, o embate da eleição de 2018. Embora tenha sido derrotado por Doria no segundo turno (52% a 48%), o socialista venceu na capital (58% a 42%).
"Uma vitória minha é uma derrota do Doria", diz à Folha o pré-candidato, que fez sua carreira política na Baixada Santista, mas mora há alguns meses na Vila Mariana (zona sul).
Ex-aliado dos tucanos no estado, França foi vice de Geraldo Alckmin, que deixou o cargo para ele ao renunciar ao Palácio dos Bandeirantes em 2018 para concorrer à Presidência. Agora, quer ser a pedra no sapato de Doria em sua tentativa de disputar o Planalto em 2022.
Coligado com o PDT (de onde vem seu vice, o sindicalista Antônio Neto), o postulante do PSB vê ainda chance de angariar simpatia entre apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido), que veriam em Doria um adversário a ser combatido.
França pretende reeditar na campanha propostas como o alistamento civil de jovens, uma de suas bandeiras prediletas. O projeto chegou a ser adotado por ele em seus nove meses como governador. "Eu não me conformo que o Doria encerrou."(Da Folha de SP)