*Por João Nicolau
A Prefeitura de Avaré decretou situação de emergência na última semana devido aos estragos causados pelas fortes chuvas. Nos últimos dez dias, a cidade registrou os maiores índices de chuva em todo o estado, o que provocou alagamentos e outros problemas para moradores. Outros municípios da região também enfrentaram a mesma situação, o que evidencia principalmente os problemas estruturais que as cidades têm de resolver.
O problema dos alagamentos em Avaré não é novidade. Porém, tem se repetido com grande frequência nos últimos anos e prejudicado a população e o comércio da cidade. Nas últimas semanas, além da chuva, fortes ventos também foram registrados, causando queda de árvores e prejuízos para residências e veículos em vários bairros. Já o grande volume de chuvas provocou o alagamento das áreas já mapeadas no centro da cidade, justamente os locais onde estão canalizados os principais riachos urbanos.
Essas obras de infraestrutura já são quase centenárias e nas últimas décadas receberam pouco ou nenhum investimentos, ao mesmo tempo em que o tecido urbano continua crescendo. A impermeabilização da superfície diminui, a vazão da água aumenta, os alagamentos são cada vez mais freqüentes e quem mais sofre são os moradores. A água invade as casas gerando prejuízos e perdas materiais, as vias ficam esburacadas e os danos também afetam a tubulação de esgoto.
Nesse ano, o prefeito Roberto Araújo anunciou a conquista de verbas para combater as enchentes, mas o plano de reforma chegou a ser anunciado para o início do ano que vem, em parceria com o governo do estado de SP. Sobremaneira, isso é um dos pontos que Avaré tem a maior urgência em sanar. Essa é uma demanda antiga e importante para cidade, que há anos discute essa melhoria para o centro urbano, porém deve demorar meses para seu início e conclusão. A Sabesp, empresa responsável pelo tratamento de água e esgoto na cidade também foi bastante criticada nas últimas semanas por falhas no serviço e demora no atendimento.
Dessa maneira, os próximos meses de chuva devem seguir castigando os moradores e exigindo uma ação mais presente e ativa da Defesa Civil e da Sabesp. O decreto de emergência pública deve acelerar a liberação de recursos para reparos imediatos, mas ainda é uma solução paliativa. A solução depende de grandes investimentos em infraestrutura urbana, obra que dificilmente poderão ser financiadas somente pelo Município, é necessário apoio do Governo Estadual e Federal.













