Na noite desta quarta-feira (26), os corredores da FEAP foram palco de uma lição que ultrapassou os livros e tocou a alma. Alunos do 2º, 3º e 4º termo de Psicologia viveram uma experiência transformadora em um evento dedicado à compreensão da realidade das pessoas com deficiência visual. Sob a organização da professora Tacielle Costa Dominges, a noite foi um mergulho em uma realidade frequentemente invisível para quem enxerga.
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A teoria ganhou rosto e voz com a emocionante palestra da professora Lara Dammenhaine e do assistente com deficiência visual Adalberto. Juntos, eles não apenas listaram dificuldades, mas pintaram um retrato vivo do dia a dia, compartilhando histórias reais e destacando o papel fundamental da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Avaré.
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Uma Viagem no Escuro
O momento mais impactante da noite foi a "vivência às cegas". Em um silêncio carregado de concentração e respeito, os participantes tiveram os olhos vendados e foram desafiados a executar tarefas simples. Caminhar em um espaço conhecido, reconhecer objetos apenas com as mãos, realizar atividades banais – tudo se transformou em uma missão complexa. A escuridão voluntária revelou um universo de sensações: a insegurança inicial, a ansiedade de um passo em falso, a vulnerabilidade de depender de outros sentidos.
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Tocando para Ver
A superação veio com a descoberta. Os alunos perceberam, na pele, como o tato, a audição e a propriocepção se aguçam para compensar a falta da visão. Foi uma lição prática de resiliência, que foi da dependência à construção de uma frágil, mas poderosa, autonomia.
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Em uma mesa tátil, o mundo se revelou através das pontas dos dedos. Os futuros psicólogos conheceram ferramentas de inclusão que são verdadeiras janelas para o mundo: a reglete (negativa e positiva) para escrever em braile, o xadrez adaptado, o soroban (uma calculadora de bolinhas), o alfabeto braile e as bengalas sinalizadoras.
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Um dos momentos de maior encantamento foi com o "quadro noite estrelada" em relevo. Vendados e com fones de ouvido, os alunos passavam as mãos sobre a obra enquanto uma audiodescrição narrava cada detalhe. Era a arte sendo vista pelas mãos e ouvida pelo coração.
O diretor da FEAP, Marcelo Alves, e o coordenador do curso de Psicologia, Vitor Venâncio, prestigiaram o evento e não pouparam elogios. Parabenizaram a iniciativa inovadora da professora Tacielle e o engajamento dos alunos, destacando que formar psicólogos com essa sensibilidade é construir uma sociedade mais empática e inclusiva. A noite na FEAP provou que, às vezes, é preciso fechar os olhos para enxergar o essencial.













