Em 2024, o adolescente Daniel Ribeiro criou um plano. No ano seguinte, ele trabalharia de manhã em alguma empresa, faria um curso técnico durante a tarde e estudaria no ensino médio à noite. A meta era ingressar logo no mercado de trabalho, mas o plano acabou frustrado na hora de fazer a matrícula na escola.
“Me entregaram uma folha de matrícula, mas precisava especificar o CNPJ da empresa e mostrar a carteira de trabalho. Quando eu vi essa parte, eu não consegui fazer”, disse ele, que contava com a mudança de horário para procurar emprego, mas acabou mantendo as aulas de manhã. “Eu poderia estar ajudando a minha família com uma renda a mais, ajudando nas contas, e agora eu não posso.”
As exigências na hora da matrícula foram fruto de uma resolução do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), publicada naquele ano, e que intensificou ainda mais uma tendência já desenhada na rede estadual de São Paulo: a diminuição das turmas de ensino noturno.
Um levantamento com base em dados da Secretaria Estadual da Educação, mostra que mais de mil escolas estaduais deixaram de oferecer aulas à noite em São Paulo na última década. Em número de turmas, o estado perdeu cerca de 11 mil salas de aulas noturnas em dez anos, somando as classes de ensino regular e ensino de jovens e adultos (EJA).
E, entre 2024 e 2025, já na gestão Tarcísio, o estado registrou a maior queda percentual de turmas noturnas da década: 13,84%.(Do Metrópoles)













