Recentemente o ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, disse que chegou muito perto de matar a tiros o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
Ontem, um Procurador do Trabalho atacou a faca uma Juíza Federal. Ela, por sorte, não se feriu gravemente.
Uns anos atrás, um cara invadiu o fórum e fez uma Juíza refém, jogou gasolina em seu corpo e, com um fósforo, ameaçou tacar-lhe fogo. Ele, num momento de distração, foi rendido por seguranças do fórum e tudo acabou bem.
Sim, juízes - sobretudo mulheres - correm risco de vida para exercerem o seu múnus público. Promotores e Promotoras também. A lógica é exatamente a mesma.
Mas ambas as categorias profissionais têm o direito de terem porte de arma de fogo, enquanto os milhões de Advogados e Advogadas do Brasil não. Porque, se corremos os mesmos riscos de vida enquanto trabalhamos, só que sem a proteção de guardas armados e pagos com dinheiro público?
A Lei diz que não há hierarquia entre Juízes, Promotores e Advogados, mas a prática do dia a dia nos mostra que sim. Isso precisa mudar urgentemente, pois apesar da coincidência momentânea de dois Juízes terem sido ameaçados de morte, corriqueiramente advogados também são.