Um problema que já aflige há anos os moradores de diversos bairros de Avaré pode se tornar ainda mais crítico com a aproximação da estiagem. A falta de água, que atinge principalmente as regiões periféricas da cidade, tem gerado revolta na população, que questiona a eficácia das intervenções constantemente realizadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), nas redes de água e esgoto.
O abastecimento intermitente transformou a rotina das famílias residentes nos bairros mais afetados, porque a incerteza do abastecimento as obriga a planejar a execução de tarefas básicas como cozinhar, lavar roupas e tomar banho.
Uma moradora do bairro Vila Três Marias, que prefere não se identificar, afirmou à Reportagem do Jornal A Bigorna, que “tomar banho e cozinhar virou um desafio constante”.
A Moradora ressalta que a sua residência possui caixa d’água com capacidade para 500 litros, porém, como a água “sempre demora a voltar”, por vezes acaba tendo que comprar galões de água para consumo próprio.
O print das mensagens enviadas pela SABESP ao celular da Denunciante demonstra que somente nos últimos 20 dias, a Empresa reconheceu haver problemas de abastecimento em três ocasiões distintas, nos dias 20/09/25, 22/09/25 e 11/10/25. “Fora as vezes que sequer nos avisam”, ressalta.
O problema de abastecimento é frequente em Avaré, porém, a Reportagem do Jornal A Bigorna constatou que os bairros mais afetados estão concentrados nas áreas periféricas da cidade, onde a infraestrutura é mais precária.
Entre os locais com reclamações frequentes estão os bairros Vera Cruz, Altos da Colina, Colina da Boa Vista, Vila Três Marias, São Rogério 1 e 2, Avaré 1, Paraíso e Jardim Europa 3.
No Bairro Vera Cruz, que pode ser considerado um dos pontos mais críticos tendo em vista o excesso de reclamações, os moradores relatam que a falta de água já se tornou parte da rotina.
“Sempre que procuramos a SABESP via SAC, eles falam em manutenção emergencial, mas o problema continua. Parece que nunca vai ter uma solução de verdade”, desabafa outro Denunciante, que também optou pelo anonimato.
ESTIAGEM DEVE AGRAVAR CRISE:
A preocupação dos moradores das áreas afetadas aumenta com a chegada do período de estiagem e das temperaturas mais elevadas.
Especialistas alertam que a falta de água pode gerar consequências graves para a saúde pública, incluindo dificuldades na higiene pessoal e doméstica, condições propícias para a proliferação de doenças e desidratação, especialmente entre crianças e idosos.
Com a redução natural dos níveis dos reservatórios durante os meses mais secos, a tendência é que o desabastecimento se intensifique, tornando ainda mais dramática uma situação que já é insustentável para muitas famílias. A população aguarda uma resposta definitiva da Sabesp antes que o problema atinja proporções ainda maiores.
CANO ESTOURADO HÁ 12 DIAS
Enquanto os moradores dos bairros periféricos sofrem com a falta de água, um cano localizado na Rua Cerqueira César, defronte ao número 1.024, está estourado há 12 dias.
“Tem uns 8 dias que um funcionário da SABESP esteve aqui, mas ao invés de consertar o cano, ele só fez uma marcação no chão”, relatou um Leitor do Jornal A Bigorna, que afirma “ser muito raro” faltar água em seu bairro, o Jardim São Paulo, que se localiza na região central da cidade.
Texto de José Renato Fusco, para o Jornal A Bigorna. É Advogado e Jornalista.