• Senadores detectam ofensiva de Eduardo Bolsonaro para fritar Tarcísio junto a Trump

    166 Jornal A Bigorna 04/08/2025 05:00:00

    Integrantes da comitiva do Senado que viajou aos Estados Unidos na tentativa de dialogar com o governo americano sobre o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros detectaram nos bastidores que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é alvo de uma intensa fritura junto à Casa Branca de Donald Trump estimulada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    Tarcísio, que inicialmente culpou o governo Lula pelas tarifas, mas depois recuou e preferiu defender a negociação, está com a imagem queimada no entorno do presidente dos EUA e é visto no governo como “traidor” de Jair Bolsonaro por atuar contra o tarifaço imposto sob o pretexto de combater o que Trump chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro.

    De acordo com dois representantes do Senado que viajaram a Washington, ficou clara a atuação de Eduardo, articulador das tarifas e da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, para desgastar o governador e potencial rival na disputa pelo espólio bolsonarista nas eleições de 2026.

    Um aliado próximo a Eduardo também confirmou à equipe do blog o mal-estar da Casa Branca com Tarcísio, mas atribui o climão à irritação de Trump com os recuos do governador e suas críticas ao tarifaço.

    Tarcísio, que de início procurou culpar as atitudes do presidente Lula em relação aos Estadoa Unidos pelo tarifaço e não condenou o tarifaço, depois se posicionou contra as tarifas e defendeu uma negociação com os EUA.

    “Essa história de tarifaço foi um tiro no pé pro Tarcísio e pros governadores, quem vai apoiar isso? O Eduardo começa a se posicionar contra o Tarcísio para tentar manter o patrimônio do pai, mas não vai conseguir”, disse reservadamente ao blog um dos integrantes da comitiva.

    Eduardo e Tarcísio protagonizaram uma série de embates públicos desde que Trump anunciou as tarifas de 50% em 3 de julho. As exportações para o território americano representam 19% do total de São Paulo, um dos Estados brasileiros mais afetados pelo tarifaço de Trump, segundo cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

    O filho 03 de Bolsonaro, que tem repetido não haver espaço para diálogo com Washington sem a aprovação de uma anistia “geral, ampla e irrestrita” a bolsonaristas, chegou a chamar o governador de “servil” e o acusou de “desrespeitá-lo” por buscar uma saída negociada para a crise comercial com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar.

    Bolsonaro interveio no bate-boca e orientou Eduardo a buscar uma reaproximação com o governador paulista. O deputado fez acenos a Tarcísio nas redes sociais, mas também deixou claro que as divergências sobre o método de enfrentamento ao STF via EUA permanecem.

    A trégua durou pouco e, na semana passada, Eduardo ironizou nas redes sociais as declarações do governador paulista em um evento da XP Investimentos sobre as negociações para contornar as novas taxas.(Da Folha de SP)

     

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